Como proprietário de um negócio, retirar dinheiro da empresa pode parecer algo simples. Afinal, ela é sua, não é mesmo? Bem, infelizmente essa lógica pode ser um tanto quanto equivocada. Isso porque, há diversos fatores para se levar em conta, principalmente no quesito “manter a contabilidade em dia”.
No entanto, isso não significa que você não pode fazer uso da sua parte nos lucros, mas que tudo deve ser devidamente registrado, com o objetivo de separar o que é dinheiro “pessoal” do que é dinheiro “empresarial”.
Seja você um sócio ou o único dono do negócio, é fundamental entender como navegar pelas suas finanças de forma inteligente. Para isso, existem maneiras apropriadas e legais para interferir no fluxo do seu caixa. Vamos entender melhor cada uma delas? Então, fique com a gente!
O que você precisa saber sobre a retirada de dinheiro da sua empresa
Primeiramente, devemos deixar claro que sim, você pode retirar dinheiro da sua empresa. No entanto, o processo de “saque” dos valores precisa ser realizado com segurança, para que não haja qualquer complicação nas finanças do negócio.
Entre as duas principais maneiras de fazer tal retirada estão:
- Distribuição de lucros: a distribuição de lucros pode acontecer a qualquer momento. Entretanto, é estritamente necessário que, para isso, haja tanto lucro quanto dinheiro em caixa;
- Retirada de pró-labore: em suma, o pró-labore pode ser considerado o “salário do empresário/sócio”. Sobre ele, há a incidência de determinados encargos e impostos, o que o torna mais delicado, pedindo a ajuda de um contador experiente no processo.
Agora que você já sabe o básico sobre o tema, é hora de nos aprofundarmos no assunto. Vamos lá?
Compreendendo a Distribuição de Lucros
Também conhecida como “dividendos”, a Distribuição de Lucros é uma das melhores maneiras para realizar a retirada de dinheiro de uma empresa. Para entender sua ideia, basta fazer uma análise rápida das expressões “distribuição” e “divisão/dividendos”.
Isso porque, tal método nada mais é do que um modo de separar e repassar os lucros do negócio aos seus sócios, sempre levando em consideração as cotas pertencentes a cada um deles (para que o pagamento seja proporcional).
Para que fique mais claro, vamos pensar no seguinte exemplo:
Uma empresa com três sócios lucrou R$ 50 mil em um determinado período. No entanto, cada um destes sócios possui uma parcela diferente das ações do negócio, sendo:
- 10% do primeiro sócio;
- 60% do segundo sócio;
- 30% do terceiro sócio.
Desta maneira, a distribuição dos R$ 50 mil ficará em R$ 5 mil, R$ 30 mil e R$ 15 mil, respectivamente.
Vale lembrar, no entanto, que nem todo lucro precisa ser retirado. Ou seja, os sócios podem entrar em acordo quanto ao valor que será reinvestido no negócio, dividindo o que sobrar. De forma legal, esse acordo pode ser firmado com base nos artigos 1.071, 1.078 e 1.179, da Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002.
Ah, um outro ponto importante é que o valor distribuído deve fazer parte do lucro líquido, que é encontrado realizando o cálculo abaixo:
Saiba mais sobre o Pró-labore
Por outro lado, o Pró-labore é tido como o “salário do empreendedor”, com seu pagamento sendo garantido pela lei, através do Decreto 3.048/99. No entanto, para recebê-lo, não basta apenas ser sócio de um negócio. É preciso também exercer alguma atividade no mesmo.
Apesar de sua legalidade, não há qualquer menção legal sobre valores. Assim, os demais sócios podem realizar uma pesquisa de mercado, por exemplo, definindo o pagamento com base na média salarial do cargo.
Certo, mas então isso significa que o sócio em questão é um funcionário como qualquer outro, ao menos do ponto de vista contábil? A resposta é não!
O motivo? Ao contrário dos colaboradores contratados através da CLT, a empresa não possui qualquer obrigação de pagar benefícios ou realizar determinados recolhimentos para o sócio, como:
- Décimo terceiro;
- Férias;
- INSS;
- FGTS.
Isso muda, no entanto, caso haja um acordo firmado em contrato.
Então, qual a diferença real entre Distribuição de Lucros e Pró-labore?
Embora ambas sejam maneiras de retirar dinheiro da empresa, tanto para o empreendedor quanto para os sócios, existem diferenças claras entre elas.
No geral, a Distribuição de Lucros é, basicamente, o retorno do dinheiro investido no negócio, do qual todos os sócios possuem direito, cada um dentro de sua porcentagem de investimento.
Por outro lado, o Pró-labore é o pagamento feito ao sócio quando o mesmo trabalha efetivamente na empresa, tendo como base um valor pré-determinado e acordado entre os demais sócios.
Afinal, é realmente importante separar as despesas da sua empresa das suas despesas pessoais?
Se você deseja passar uma imagem profissional e fugir de complicações, sim.
Isso porque, separar o que é pessoal do que faz parte do seu negócio é essencial para definir como a sua empresa irá operar e como ela será vista pelo mercado. Lembre-se que a sua empresa e você são entidades distintas (e precisam permanecer assim).
Alguns bons motivos para isso são:
- Menos trabalho na hora de prestar contas à Receita Federal;
- Maior facilidade em permanecer dentro de seu orçamento contábil;
- Preservação da sua imagem pessoal;
- Fortalecimento do seu negócio quando o assunto é construir crédito comercial;
- Proteção extra contra problemas legais;
- Organização financeira, capaz de lhe ajudar em tempos de crise.
Precisando de ajuda? Consulte um contador!
Se mesmo com todas estas informações você ainda não se sente seguro para retirar dinheiro da sua empresa ou simplesmente não possui tempo para cuidar do assunto, é hora de buscar a ajuda de um contador experiente!
Com um mercado cada dia mais competitivo, desperdiçar dinheiro não é uma opção, definitivamente. Logo, o melhor é não correr riscos e deixar as finanças do seu negócio nas mãos de quem entende do que faz.
Esse é o seu caso? Então, não perca tempo e entre em contato com a Escritax hoje mesmo! Estamos prontos para lhe auxiliar no que for necessário!
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